Urticária ao frio: o que é e como lidar com a alergia ao frio
Que o tempo frio pode ressecar a pele1, você sabe que não é novidade. Mas, para algumas pessoas, as temperaturas baixas podem causar outros efeitos além do ressecamento, como a urticária ao frio2. Já ouviu falar nesse assunto?
Para conhecer essa condição — ou saber mais sobre ela, caso já esteja familiarizado com esse tipo de alergia —, reserve apenas alguns minutos para essa leitura. Explicaremos o que é, de fato, a urticária ao frio, além de trazer os seus principais sintomas e causas e como é diagnosticada.
No fim deste conteúdo, mora o pote de ouro: o que fazer para amenizar o quadro de urticária ao frio, hein? Siga com a gente para tirar todas as suas dúvidas!
O que é urticária ao frio?
A urticária ao frio, conhecida popularmente como alergia ao frio, é um tipo de reação alérgica que, como o próprio nome diz, ocorre após o contato da pele com o frio2.
Mas, além do ar gelado (que pode vir tanto do clima invernal quanto de um ambiente refrigerado ou com ar-condicionado, por exemplo), o contato da pele com objetos, água, bebidas e alimentos muito frios pode desencadear essa resposta exagerada do organismo2,3.
Nesses casos, após a exposição da pele ao frio, há a liberação de substâncias pró-inflamatórias no organismo, como a histamina4. Isso faz os vasos sanguíneos se dilatarem e ficarem mais permeáveis, o que explica a vermelhidão, o inchaço e a coceira que podem surgir na pele durante as crises alérgicas5.
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia em 2020, a urticária ao frio é a segunda forma mais comum de urticária induzida física (aquelas que são desencadeadas por um agente externo e causam lesões na pele), sendo mais frequente em mulheres entre 20 e 30 anos3.
Sintomas de alergia ao frio
Falando de alergia a frio e sintomas, destacamos abaixo alguns que ocorrem com mais frequência na pele de quem costuma ter esse tipo de reação alérgica:
Quando a urticária ao frio é hereditária, ela pode aparecer associada à febre, em episódios que duram de quatro a seis horas. No entanto, essa é uma condição bastante rara3.
Outro ponto importante é que as lesões da alergia ao frio se limitam às áreas do corpo que foram expostas a esse gatilho. No entanto, o quadro pode se tornar mais grave quando uma maior extensão da pele entra em contato com o frio, como em casos em que a pessoa mergulha em uma piscina de água gelada ou toma um banho de cachoeira congelante2.
Nesse cenário, há riscos de ocorrer uma reação generalizada, que leva à queda de pressão, perda de consciência e pode até colocar a vida em perigo. Essa é uma complicação chamada anafilaxia2. Nesse quadro pode ser necessário adotar um plano emergencial que inclui a prescrição de injeções de adrenalina para aliviar os sintomas3.
Saiba mais sobre os sintomas de urticária.
De onde vem a alergia ao frio?
A alergia ao frio pode ter origem genética ou ser adquirida ao longo da vida2.
No segundo caso, ainda que as causas por trás dessa reação não sejam totalmente esclarecidas, há relatos de que ela possa, em algumas situações, estar relacionada com infecções por Helicobacter pylori, além de hepatite, mononucleose, toxoplasmose aguda e HIV4.
Infecções dentárias, do trato respiratório e do trato urogenital também podem ter alguma ligação com a urticária ao frio4.
Como a alergia ao frio é diagnosticada?
O que orienta a investigação do médico é o histórico do paciente, que deve conversar com o profissional da saúde sobre os seus sintomas durante a consulta2.
O especialista também pode optar por fazer o teste de cubo de gelo, que avalia se o contato com o mesmo, que é aplicado na parte interna do antebraço por cinco minutos, causa vermelhidão, coceira, queimação e inchaço na região. Se isso acontecer, a pessoa pode receber o diagnóstico de urticária ao frio2.
Dicas para cuidar da urticária ao frio
Esse é o momento para aproveitar e anotar todas as dicas que podem fazer você se sentir melhor durante uma crise de urticária ao frio e prevenir novos episódios. Veja o que pode ajudar.
1. Hidrate a pele
Evitar que a pele fique seca ajuda a aliviar a coceira, algo comum em quem sofre de urticária crônica. Uma sugestão é usar um creme hidratante sem fragrância várias vezes ao dia. 7
2. Tome banhos mornos
Como o contato com a água gelada é um dos principais gatilhos para a manifestação da urticária ao frio, prefira tomar banho com temperaturas mais amenas2. Aproveite para relaxar!
3. Agasalhe-se
Se for viajar para um lugar muito frio (ou simplesmente precisar sair de casa na friaca do inverno), adicione camadas extras de roupa para ficar bem protegido do clima2.
4. Evite mergulhar na água gelada
Seja um banho de mar, de piscina, cachoeira… A recomendação é passar longe dessa fria (literalmente!). Afinal, ela abre uma bela brecha para a urticária ao frio aparecer, inclusive nas suas formas mais graves2.
5. Procure ajuda de um especialista
Ao notar que sua pele está “empolada” ou coçando ao entrar em contato com o frio ou algo gelado, busque a orientação de um profissional de saúde para que você possa entender o seu caso e saber se é mesmo urticária ao frio. O médico também te ajudará a definir o melhor tratamento para você2.
Leia também: Quando é hora de se consultar com um alergista?
Uma ideia pode ser tentar a dessensibilização. Esse é um processo que consiste em expor gradualmente o corpo a temperaturas mais frias para aumentar a sua tolerância3. Mas é importante destacar que essa tentativa só deve ser feita com acompanhamento médico, para evitar complicações.
Os medicamentos anti-histamínicos, também conhecidos como antialérgicos, podem ser usados para controlar os sintomas da alergia ao frio3. Fale com o seu médico sobre a dosagem recomendada para a sua situação.
Tomando todas essas precauções, é possível aproveitar os seus dias independentemente da urticária ao frio! E a boa notícia é que esse tipo de alergia não necessariamente dura para sempre. Ela tende a se manter ativa por cerca de quatro a cinco anos, com remissão ou, pelo menos, melhora dos sintomas em 50% dos pacientes após esse período4.
Se você gostou desse conteúdo que aborda alergia a frio, sintomas e tratamento, compartilhe-o com seus amigos! E que tal conferir outros artigos sobre alergias de pele? Veja algumas sugestões:
1. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cuidados com a Pele no Inverno. Disponível em: https://www.sbd.org.br/cuidados/cuidados-com-a-pele-no-inverno/. Acesso em 25 de maio de 2023.
2. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Urticária ao Frio. Disponível em: https://asbai.org.br/urticaria-ao-frio/. Acesso em 25 de maio de 2023.
3. Junior SDD, Azizi GG, Sousa ACM et al. Urticárias Crônicas Induzidas: Atualização do Tema. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia - ASBAI. Disponível em: http://aaai-asbai.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1124. Acesso em 25 de maio de 2023.
4. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Urticária Induzida pelo Frio: Achados Clínicos e Atualização no Diagnóstico e Tratamento. Disponível em: https://asbai.org.br/urticaria-induzida-pelo-frio-achados-clinicos-e-atualizacao-no-diagnostico-e-tratamento/. Acesso em 25 de maio de 2023.
5. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia - Regional do Rio de Janeiro. Alergia - a Doença do Século XXI - Perguntas e Respostas. Disponível em: http://www.sbai.org.br/imagebank/ALERGIA-PERGUNTAS-E-RESPOSTAS.pdf. Acesso em 25 de maio de 2023.
6. National Organization for Rare Disorders. Urticaria, Cold. Disponível em: https://rarediseases.org/rare-diseases/urticaria-cold/. Acesso em 25 de maio de 2023.
7. American Academy of Dermatology Association. 10 Ways to Get Relief from Chronic Hives. Disponível em: https://www.aad.org/public/diseases/a-z/hives-chronic-relief. Acesso em 25 de maio de 2023.
ALLEGRA®️ (cloridrato de fexofenadina). Indicações: é um anti-histamínico destinado ao tratamento das manifestações alérgicas, tais como sintomas de rinite alérgica (incluindo espirros, obstrução nasal, prurido, coriza, conjuntivite alérgica) e urticária (erupção avermelhada e pruriginosa na pele). MS 1.8326.0359. O USO DO MEDICAMENTO PODE TRAZER ALGUNS RISCOS. Leia atentamente a bula. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Maio/2023. MAT-BR-2302485