Alergia respiratória: o que é, quais os principais gatilhos e como se cuidar

Mulher sentada no sofá sorrindo

Espirros, nariz coçando, coriza, tosse… Tudo isso pode indicar a presença de uma alergia respiratória1. E, apesar de ser algo bastante comum, muita gente ainda tem dúvidas sobre os principais gatilhos e como se cuidar diante desse quadro.  

Por isso, hoje vamos explicar os principais detalhes sobre as alergias respiratórias, das causas ao tratamento e prevenção. Acompanhe a seguir.

O que são as alergias respiratórias?


As alergias respiratórias são aquelas que acometem o sistema respiratório. Desde o nariz até os brônquios podem estar envolvidos no processo2. Vamos explicar como isso acontece.  

 A alergia é uma reação do organismo a algo que ele considera estranho ou mesmo como um inimigo. Quando há contato com algum alérgeno, ocorre a liberação da histamina, substância que fica estocada em células do nosso sistema imunológico. Com isso, logo aparecem os sintomas da alergia, seja ela respiratória ou de pele, como espirros, coriza, coceira e vermelhidão na pele, entre outros2

Saiba mais sobre a ação da histamina e como funcionam os antialérgicos 

Entre as alergias respiratórias mais comuns estão rinite alérgica e asma1,2. Veja mais detalhes sobre as duas doenças. 

Rinite Alérgica 

Rinite é uma inflamação da mucosa do revestimento nasal e vem acompanhada de congestão nasal, coriza, espirros e coceiras1,3.  

 A rinite alérgica não é contagiosa e, muitas vezes, pode ser vista como uma alergia a poeira ou alergia a ácaro, afinal, os ácaros são os principais alérgenos em nosso meio e estão na poeira, em colchões, travesseiros ou almofadas3

 Os sintomas da alergia respiratória, nesse caso, assemelham-se aos de um resfriado, o que pode confundir o paciente e até atrasar o tratamento3.  

 A rinite alérgica pode se dar de forma leve, moderada ou grave. Quando não reconhecida e tratada, pode causar complicações e interferir no sono, no aprendizado, no rendimento no trabalho e afetar a qualidade de vida3.  

Asma

Já a asma é uma doença respiratória crônica, caracterizada pela inflamação dos brônquios. Isso gera obstrução do fluxo de ar, sensação de aperto no peito, tosse, entre outros sintomas1,3

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), asma, bronquite alérgica e bronquite asmática são nomes diferentes para denominar  a mesma doença - a asma2

No passado, o termo bronquite chegou a ser usado para falar de formas leves da asma, por isso ainda pode acontecer alguma confusão2.  

Há formas diferentes dessa doença. A asma pode ser alérgica (tema que estamos abordando aqui neste artigo) ou não. Infecções, viroses, gripes e resfriados, ou sinusites podem desencadear asma também4.  

Ainda há quadros relacionados a aspectos emocionais, hormonais e até uso de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e betabloqueadores (usados no tratamento de hipertensão arterial, arritmias e glaucoma)3,4.  

Entretanto, há o quadro de bronquite crônica. Novamente uma inflamação dos brônquios, mas dessa vez provocada pela exposição prolongada a cigarro e outras substâncias irritantes. As células do pulmão podem, aos poucos, seguir sendo degeneradas e resultar em um quadro de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Nesse estágio, o quadro obstrutivo não é mais reversível3.

Rinite e asma podem estar relacionadas?

A rinite e a asma são enfermidades que podem estar associadas. Os sintomas nasais ocorrem em 28% a 78% dos pacientes com asma, comparando-se com aproximadamente 20% da população em geral. Cerca de 19% a 38% dos pacientes com rinite alérgica podem ter asma1.  

 Além disso, um quadro de rinite alérgica não controlada, assim como uma sinusite crônca, pode levar a uma piora na evolução da asma3

Pessoa limpando poeira para prevenir alergia

Quando as alergias respiratórias aparecem?


Como explica a ASBAI, a alergia pode se manifestar em qualquer idade, tudo vai depender do ambiente em que a pessoa vive e da exposição aos agentes causadores das alergias2. Ainda assim, os quadros de alergia são mais vistos em crianças e adolescentes1

Há ainda a questão genética. Quem tem antecedentes familiares com alergia têm mais chances de desenvolver o quadro1,2. Mas, ainda assim, para apresentar alergia é preciso ter também a associação com fatores ambientais (a exposição aos alérgenos, por exemplo)2, o que nos leva ao próximo tópico.  

Principais gatilhos da alergia respiratória


Mas afinal, o que causa a alergia respiratória? Esse quadro é multifatorial, ou seja, há desde fatores genéticos a fatores ambientais envolvidos. Dentre os fatores ambientais estão os alérgenos, que são, digamos, os causadores da alergia1

Diante disso, temos como principais gatilhos para as alergias respiratórias:  

  • poeira doméstica1
  • ácaros1
  • fungos1
  • epitélio (um tipo de tecido animal)1
  • saliva e urina de animais1
  • pólen1,3
  • variações climáticas3

Odores fortes e fumaça de cigarro também podem desencadear uma crise alérgica, são chamados irritantes inespecíficos. Nesse caso, o sistema imunológico não está diretamente envolvido1.

Como identificar sintomas da alergia respiratória?


Quando falamos de rinite alérgica podemos ter os seguintes sintomas relacionados ao quadro:  

  • congestão nasal1
  • secreção excessiva saindo das narinas (chamada rinorréia)1
  • espirros1
  • coceiras no nariz (chamada também de prurido), na garganta e/ou nos ouvidos1;  
  • coceira nos olhos, lacrimejamento e conjuntivite1

 
Partindo para a asma, ou bronquite alérgica, esses são alguns possíveis indicativos:  

  • dificuldade constante para respirar (chamada de dispnéia intermitente)1
  • tosse1
  • ruídos respiratórios (chamados de sibilância)1
  • sensação de aperto no peito1
  • desconforto no tórax, particularmente à noite e nas primeiras horas da manhã1

Como diagnosticar as alergias respiratórias?


Como já falamos por aqui, os sintomas da rinite alérgica podem ser, facilmente, confundidos com o de um resfriado. Por isso, para entender o que está acontecendo, é importante procurar um médico e buscar um diagnóstico assertivo1

Na consulta, o médico vai examinar o paciente e descartar se não há nenhum problema anatômico (algum problema ou má-formação das estruturas nasais, por exemplo)1.Também vai conversar com o paciente e compreender seu histórico1,2

Ou seja, o médico alergista deve ainda investigar o padrão dos sintomas (início, duração e frequência), os gatilhos que precedem o episódio de alergia, os fatores agravantes, o histórico familiar e os fatores relacionados ao ambiente em casa e no trabalho1.2.  

Depois de tudo isso, podem ser realizados testes na pele e exames de sangue que vão ajudar a definir os causadores da alergia e o diagnóstico2.  

É importante ressaltar que, quanto mais cedo for diagnosticado o que está causando o processo alérgico, melhores serão os resultados e o controle da doença2

Como tratar a alergia respiratória


O tratamento varia de acordo com a alergia. Para um caso de rinite alérgica, por exemplo, há alguns passos importantes, segundo orientações da ASBAI:  

  1. Entender o que está causando a alergia e fazer o controle ambiental, ou seja, cuidar para que o paciente não tenha contato com os alérgenos2.  
  2. Ácaros estão comumente relacionados a quadros de rinite. Portanto, cuide bem do ambiente em casa para evitar poeira e acúmulo de ácaros2
  3. Medicamentos, como os anti-histamínicos, podem ser indicados para combater os sintomas da rinite2. Allegra é um bom exemplo. Nas versões adulto e pediátrica, o medicamento tem ação rápida, não causa sono e é seguro e eficaz para aliviar os sintomas da rinite alérgica e da urticária5.  
  4. Pensar em imunoterapia, tratamento que com vacinas que mudar o curso da doença e trazer bons resultados no longo prazo2

Na asma também é importante se afastar os alérgenos e pensar na higiene do ambiente. Ainda há o uso de medicamentos e até de vacinas para a alergia4.  

Mas é importante lembrar que o tratamento é individual, não há só um único caminho unânime, que funcione para todos. É preciso levar em consideração as particularidades de cada paciente e enfatizar a importância do conhecimento sobre a fisiopatologia da doença1. Por isso é fundamental buscar ajuda de um médico especialista no assunto. 

Estudos comprovam que, uma vez acertada a medicação apropriada, a orientação e a educação adequadas, as alergias respiratórias podem ser bem controladas com prejuízo mínimo da qualidade de vida do paciente1

Mulher limpando a casa ao lado de seu cachorro peludo

Como evitar uma crise de rinite e outras alergias?


Se você chegou até aqui, já deve imaginar o que fazer para evitar uma crise. É preciso reduzir o contato com as substâncias que causam sensibilização e são irritantes, os gatilhos da alergia3

Com isso, cuidado com a limpeza dos ambientes, evite o acúmulo de poeira, combata os pontos de mofo e umidade, lembre-se de trocar roupa de cama constantemente. Mantenha também a casa e o ambiente de trabalho arejados e permita a entrada de sol.3  

Há também uma listinha básica de cuidados pessoais que ajudam a evitar uma crise alérgica e promovem bem-estar3:  

  • não fumar3
  • evitar banhos muitos quentes e demorados3
  • passar mais tempo ao ar livre3
  • cuidar da alimentação, buscando uma dieta saudável3
  • evitar fazer atividade física próximo a locais de trânsito intenso3

Com pequenos cuidados é possível viver o seu melhor, longe das alergias respiratórias!  

Aproveite e saiba mais sobre outras alergias respiratórias: 

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    1. Galvão CES, Castro FFM. As alergias respiratórias. Rev Med (São Paulo). Disponível em https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/59237/62253.  Acesso em 9 de março de 2023.


    2. A Doença do Século XXI - Alergia - Perguntas e Respostas. Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia Regional Rio de Janeiro. Disponível em http://www.sbai.org.br/imagebank/ALERGIA-PERGUNTAS-E-RESPOSTAS.pdf. Acesso em 16 de março de 2023. 


    3. Asma e Rinite - Respirando melhor. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Disponível https://asbai.org.br/wp-content/uploads/2015/12/EBOOK-ASBAI-Asma-e-Rinite-Junho-2022.pdf. Acesso em 9 de março de 2023.


    4. Asma. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/asma/. Acesso em 17 de março de 2023.


    5. Bula do produto. Estudos não demonstraram associação do uso do produto com alteração no padrão do sono. 


Leitura recomendada



ALLEGRA®️ (cloridrato de fexofenadina). Indicações: é um anti-histamínico destinado ao tratamento das manifestações alérgicas, tais como sintomas de rinite alérgica (incluindo espirros, obstrução nasal, prurido, coriza, conjuntivite alérgica) e urticária (erupção avermelhada e pruriginosa na pele). MS 1.8326.0359. O USO DO MEDICAMENTO PODE TRAZER ALGUNS RISCOS. Leia atentamente a bula. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. abril/2023. MAT-BR-2301123